Flor Gil estreia com “Cinema Love”, um mergulho sensível do indie à MPB com DNA artístico e coração adolescente
Aos 16 anos, Flor Gil — herdeira de uma linhagem musical histórica e uma das promessas mais instigantes da nova geração — estreia com o disco Cinema Love, um trabalho que trafega com naturalidade entre a MPB, o indie e o pop alternativo.
Lançado no dia 16 de abril em todas as plataformas de streaming, o álbum reúne nove faixas que traduzem, com riqueza emocional e estética, a experiência intensa da adolescência vivida entre o Rio de Janeiro e Nova York.
Com participações de Carol Biazin, Maro e Vitão, além de uma faixa assinada por seu avô, Gilberto Gil, Cinema Love é, mais que um disco de estreia, uma apresentação ao mundo da artista que Flor já é — sensível, autoral e esteticamente apurada.
Um disco de amadurecimento e descobertas
Gravado em sessões que cruzaram os Estados Unidos, Brasil e Portugal, Cinema Love soa como um diário de bordo afetivo. É uma narrativa costurada pela saudade, pelo encantamento amoroso e pelo desejo de traduzir sentimentos em melodias. A produção assinada por Barbara Ohana — nome forte da cena alternativa brasileira e com passagens por projetos ligados ao Wilco e Adriano Cintra (Cansei de Ser Sexy) — garante um acabamento sonoro contemporâneo e ao mesmo tempo atemporal.
“Este disco representa uma paixão por outras pessoas e outras coisas, mas também uma paixão por mim mesma”, diz Flor, que assina composições cantadas em português e inglês, refletindo sua formação binacional e o trânsito entre dois mundos culturais.
Na abertura com “STARSTRUCK”, Flor já dá pistas do tom híbrido do álbum: um R&B com groove moderno e lirismo bilíngue que coloca a palavra “saudade” no centro da cena, em um jogo poético entre o inglês e o português. A canção-título, “Cinema Love”, é uma das faixas mais impactantes — começa suave e se transforma em uma explosão de beats trap no final, ilustrando a pluralidade de estilos que moldam a sonoridade da artista.
“PARADISE” traz Carol Biazin em um dueto pop agridoce sobre a reciprocidade no amor, enquanto “HELL NO”, lançada como single em 2024, revela a vulnerabilidade de Flor diante de pensamentos sufocantes. Já “INTERLUDE” se aproxima da spoken word e escancara sua verve poética em versos declamados com ternura.
Ouça “Cinema Love”: https://links.altafonte.com/CINEMALOVE
Entre gerações e afetos
As colaborações são um ponto alto do disco. “CHORO ROSA (Versão Diamante Bruto)”, criada em Almada e com participação da portuguesa Maro, ecoa uma MPB moderna e intimista. Em “SAUDADE”, Flor canta em português ao lado de Vitão, interpretando uma letra escrita por Gilberto Gil, que resgata os elos familiares e enraíza ainda mais o trabalho em seu território afetivo.
A releitura de “MOON RIVER”, eternizada por Audrey Hepburn, ganha nova vida com dedilhados de violão por Bento Gil — primo de Flor — e uma atmosfera delicada que reforça sua habilidade de ressignificar clássicos sob uma ótica contemporânea e sensível.
Encerrando com “LOST IN LOVE”, faixa envolta em cordas, piano e nuances R&B, Cinema Love firma-se como um trabalho coeso, maduro e incrivelmente sincero. Flor Gil não apenas entrega um disco de estreia, mas define um manifesto de juventude, descobertas e autoconhecimento embalado por arranjos sofisticados e uma assinatura estética forte.
Em tempos onde a música pop muitas vezes prioriza a performance à emoção, Flor entrega um álbum cinematográfico que flerta com o clássico sem medo do novo. É o som de uma nova geração que sente — e canta — com intensidade, profundidade e beleza.
Por Carol Pascoal – Trovoa Comunicação