Lejão Sampaio lança “A Cidade” e reafirma sua identidade no rock autoral com densidade, poesia e groove
Depois de deixar sua marca no cenário com o álbum “Cliclê”, o músico Lejão Sampaio retorna com força total em “A Cidade”, seu novo trabalho solo. Lançado após três anos de produção intensa — iniciada ainda em 2019 —, o disco marca a segunda incursão do artista pelo universo autoral do rock brasileiro com personalidade, lirismo e um olhar crítico sobre o mundo ao seu redor.
Composto por nove faixas inéditas, além de uma releitura especial de “Coton Fealds”, o álbum costura elementos do reggae rock, funk rock, blues e outras nuances da música de contestação, fundindo estilo e conteúdo com maturidade artística. Lejão reafirma sua proposta: “Somos o limite do planeta!”, brada o artista, deixando claro que sua música é também uma ferramenta de reflexão.
Entre as referências que permeiam o disco, surgem ecos literários e cinematográficos — “Alice no País das Maravilhas” e “Bonnie & Clyde” são alguns dos arquétipos que atravessam as composições — criando um universo simbólico onde a fantasia encontra a crítica social. O resultado é uma obra densa e inventiva, que flerta com o surrealismo ao mesmo tempo em que encara de frente os dilemas existenciais contemporâneos.
“A Cidade” não é só um disco: é um convite a repensar o cotidiano, onde o ouvinte é conduzido por trilhas sonoras que transitam do irônico ao filosófico, com a autenticidade de quem vive o rock como forma de expressão. Com letras que oscilam entre o cômico e o estoico, Lejão mostra que seu olhar sobre o mundo é atento, sensível e inquieto — e que o segredo, no fim das contas, talvez esteja mesmo em simplesmente viver.