MONCHMONCH lança “MARTEMORTE”: trilha sonora para um planeta em ruínas com HQ e vinil conceitual
Em meio ao caos do mundo contemporâneo, o paulistano MONCHMONCH apresenta “MARTEMORTE”, um disco que cruza punk experimental, crítica ácida e imaginação gráfica — tudo isso em um lançamento híbrido entre música, vinil e história em quadrinhos. O trabalho sai pelos selos Saliva Diva (Portugal) e Seloki Records (Brasil), unindo dois continentes em um mesmo colapso criativo.
Gravado no Brasil e em Portugal, o álbum se autodenomina um “álbum-quadrinho”, sendo acompanhado de uma HQ com interpretações visuais para cada uma das nove faixas. Além disso, “MARTEMORTE” chega também em vinil, com um lado B exclusivo que só estará disponível na mídia física.
O disco nasceu como um EP modesto com a formação brasileira da banda, mas logo transbordou limites: virou disco conceitual, atravessou o Atlântico e absorveu múltiplas colaborações. O eixo temático gira em torno de uma distopia onde bilionários colonizam Marte enquanto assistem ao colapso da Terra — e o ajudam a acontecer. Tudo isso com uma dose generosa de ironia, humor e simbolismo nonsense, como na faixa “JEFF BEZOS PAGA UM PÃO DE QUEIJO”, onde o tradicional quitute mineiro se transforma em metáfora de poder, desejo e alienação.
O som do disco ecoa de nomes como Viagra Boys a Tom Zé, passando por ruídos industriais e batidas tropicais. As primeiras faixas, como “BOLINHA DE FERRO” e “CITY BUNDA” (um retrato escatológico de São Paulo), contaram com produção de cleozinhu (Duo Chipa, Manobra Feroz) e Sammy Shirts. Depois, em Portugal, MONCHMONCH se uniu a músicos da banda Baleia Baleia Baleia para criar faixas como “VELHOS BRANCOS VELHOS CAREQUINHAS”, uma crítica às experiências precarizantes de viver como imigrante.
Ouça “MARTEMORTE” nas plataformas: https://ingrv.es/martemorte-492-v
Duas bandas, dois continentes
A formação da banda se divide entre Brasil e Portugal. No Brasil, MONCHMONCH conta com Alice Rocha (backing vocal), Omar da Matta (bateria), José Victor Barroso e Caio Colasante (guitarras), e Valentim Frateschi (baixo). Já em Portugal, tocam Manuel Molarinho (baixo), Ricardo Cabral (bateria), Matias Ferreira (guitarra) e José Silva (synth e guitarra).
HQ: o som que vira imagem
Inspirado pela linguagem das HQs desde sempre — inclusive o nome MONCHMONCH é uma onomatopeia de mordida usada em quadrinhos —, o artista decidiu traduzir o universo do disco para o papel. Para isso, convidou um time de ilustradores independentes, entre eles Atópico, Luvas Novas, Lori Rodrigues, Marcilío Pires, Violenciazinha, Sophia Tegoshi, Sofia Belém, Bruno Xavier e Luís Barreto. A arte do prefácio é assinada por Bia Oliveira e o design/editorial ficou por conta de Alice Rocha. A HQ será vendida nos shows.
Lado B exclusivo: “DOS ENTULHOS LOUCOS CAVAM SOL”
Mais que um disco, o vinil é uma obra expandida: traz um segundo álbum oculto, “DOS ENTULHOS LOUCOS CAVAM SOL”, assinado em parceria com o produtor Ukaro Yamoto — alter ego misterioso que prefere manter o anonimato. Nesse lado B, MONCHMONCH se afasta da crônica social e mergulha em camadas íntimas e melancólicas. Com arranjos de violão e sintetizadores, o clima remete a referências como Radiohead e Elliott Smith. Aqui, o artista divide os violões com Omar, que na formação brasileira atua como baterista.
Turnê
Antes de trazer o show de lançamento do disco para o Brasil, MONCHMONCH vai realizar uma turnê em Portugal, que começa no dia 21 de Junho, no festival Basqueiral, em Santa Maria de Lamas. Confira as datas:
- 21.06 | Basqueiral – Santa Maria de Lamas
- 22.06 | RCA/Radioclube Agramonte – Porto (Festa de lançamento do disco)
- 26.06 | Damas – Lisboa
- 27.06 | Carpe Diem – Santo Tirso
- 28.06 | Artolas Fest – Arco de Baúlhe
- 05.07| Lúcia-Lima Associação Cultural – Cantanhede
- 06.07 | Bragança – Museu do Abade de Baçal
- 12.07 | Festival ROCKinBARCO – Guimarães
- 14.07 | TBA
Sobre MONCHMONCH
Ativo desde 2015, MONCHMONCH constrói uma discografia marcada pela experimentação sonora e pelo choque de linguagens. Seus primeiros lançamentos incluem o single “Fura Balão” e os EPs “Inato” (2017), “Perturbação Constante” (2020), “Charlie Mordidinha Jr” (2021) e “Sucata” (2021). Com o disco “Guardilha Espanca Tato” (2023), consolidou seu “punk tropicalista”, misturando instrumentos não convencionais como molas de caminhão, clarinetes e percussões brasileiras.
Em 2024, levou seu som para Portugal, onde relançou o Guardilha pelo selo Saliva Diva, fez cerca de 20 shows e lançou quatro discos ao vivo. Participou de festivais como Salgado Faz Anos, Super Nova Super Roc e Zigurfest, tornando-se uma figura cult na cena alternativa luso-brasileira.
De volta ao Brasil no fim de 2024, fez uma turnê conjunta com a Baleia Baleia Baleia com apoio da Instituição GDA, passando por Salvador, São Paulo, Rio, BH e Juiz de Fora.
Com MARTEMORTE, MONCHMONCH entrega mais do que um disco: é uma distopia sonora, gráfica e física, com crítica social, delírio sci-fi e o sabor amargo do pão de queijo corporativo — tudo ao som de um punk mutante e tropical.
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Por Thais Pimenta – Café 8