Rivelinos lançam “Antes Tarde do que Nunca”: Punk visceral, direto do coração do ABC Paulista
Em um raro caso de disco que desafia o tempo e ainda assim soa urgente, os Rivelinos chegam em 2025 com o lançamento de “Antes Tarde do que Nunca”, um álbum gravado em 2004 e guardado por mais de duas décadas. O título não poderia ser mais simbólico: a espera, longe de silenciar, amadureceu o grito.
Formada no início dos anos 2000 no ABC Paulista, a banda sempre transitou entre o espírito cru do punk rock e a leveza melódica da Jovem Guarda, criando uma sonoridade inusitada e autêntica. O som dos Rivelinos é direto, caseiro, pulsante – fruto de ensaios em garagem, gravações DIY e uma necessidade vital de se expressar, longe dos holofotes e das poses.
O disco ecoa influências como Jawbreaker, The Weakerthans, Pedro the Lion e Dead Fish em seus momentos mais confessionais. A força do punk está ali, mas não em gritos vazios ou rebeldias caricatas – está na coragem de sentir e dizer. E isso é mais punk do que qualquer jaqueta de couro.
“Antes Tarde do que Nunca” é composto por cinco músicas que formam um fio emocional contínuo. Cada canção é um retrato sem filtro de afetos, dores e descobertas. Nada de metáforas rebuscadas ou ironias calculadas: aqui a franqueza é a estética dominante.
- “Adaptação” abre o disco como um diário de mudança, uma confissão sem vergonha do medo de recomeçar.
- “Filme Antigo” mergulha na nostalgia sem cair no saudosismo, lembrando que crescer não significa apagar o passado.
- “Você Não Mereceu” é um rompimento sonoro, um corte seco com quem falhou emocionalmente.
- “Parece Que Não Entende!” carrega a raiva da insistência alheia em ferir, enquanto
- “Tomando o Seu Tempo” fecha com um tom quase fraternal, como se a banda nos desse um abraço depois da tempestade.
Entre fitas e memórias
Ouvir “Antes Tarde do que Nunca” é como encontrar uma fita cassete perdida no fundo de uma caixa: velha na forma, mas ainda quente no conteúdo. Mais do que uma cápsula do tempo, o disco é uma prova de que a sinceridade nunca envelhece. Gravado sem pretensão de sucesso, agora ele encontra seu lugar no mundo – e talvez esse seja o seu maior triunfo.
E os Rivelinos seguem. Em breve, chega às plataformas “Coisas de Valor”, um novo single com pegada skapunk, cru e sincero, dialogando com o legado de bandas como Operation Ivy e Less Than Jake.
A formação atual dos Rivelinos conta com Rodrigo Martorelli nos vocais e guitarra, Adriano Maskalenkas na guitarra, Lucas Binda no baixo e Luis Ferrari na bateria — quatro músicos que mantêm viva a essência crua, emocional e independente da banda desde seus primeiros acordes no ABC Paulista.
Se antes eles só queriam fazer barulho e dizer o que precisava ser dito, agora eles nos lembram: nunca é tarde demais para falar com o coração. E quando isso vem embalado por guitarras distorcidas e refrões que grudam na alma, o impacto é ainda maior.
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